“Cena de filme apocalíptico”, descreve geólogo rio-clarense que mora no RS

Loja da Havan destruída em Lajeado

Jonatas Monteiro da Silva Avelino, 38 anos, veio para o interior paulista a trabalho e aproveitou para visitar os parentes. No retorno à Lajeado (RS), se deparou com a tragédia

O geólogo rio-clarense Jonatas Monteiro da Silva Avelino, 38 anos, conversou na noite de ontem (6) com a reportagem do Jornal Cidade. Morando atualmente em Lajeado (RS), ele descreve a realidade como uma catástrofe: “A força do rio Taquari levou tudo em muitos pontos. Casas ficaram sem alicerce, o asfalto foi arrancado das ruas, árvores saíram inteiras com a raiz. Cena de filme apocalíptico é o que vemos, uma tristeza sem fim”, afirma.

Quando as chuvas em grande quantidade caíram no estado, Jonatas tinha viajado para o interior paulista: “Eu faço consultoria ambiental e manutenção de poços. Precisei ir para Americana com meu caminhão a trabalho e com isso aproveitei para visitar minha família em Rio Claro. Estava acompanhando as notícias, mas no dia 1º de maio, quando eu iniciei o meu retorno para Lajeado foi que realmente deu para ter uma dimensão de tudo o tinha acontecido”, conta.

Jonatas Monteiro da Silva Avelino, 38 anos, geólogo rio-clarense

Jonatas saiu de Rio Claro e viajou até Florianópolis para descansar e depois seguir viajem até Lajeado onde mora. Ao chegar no primeiro destino teve a informação de que a ponte que seria passagem obrigatória para ele estava submersa. Ele então fez contato com um amigo e no dia seguinte foi para Criciúma onde ficou até sábado. Como estava de caminhão pensou que não poderia voltar de mãos vazias e organizou uma vaquinha na internet onde conseguiu comprar água e mantimentos para levar para a população mais afetada.

Deu início a última parte da viagem e teve que fazer vários desvios: “Fui atualizando a rota a todo momento em razão de pontes que haviam caído, acessos interditados, deslizamentos. Acabei deixando meu caminhão em na cidade de Estrela e cruzei a pé a ponte até Lajeado já que a passagem de veículos não era permitida. Por sorte a minha empresa Integra Geologia Ambiental fica em uma parte mais alta da cidade e não foi afetada mas muitos trabalhadores e famílias perderam tudo”, relata.

Jonatas colocou em seu caminhão algumas compras que conseguiu realizar.

Doações

Jonatas disponibilizou a casa da mãe e do padrasto para ponto de arrecadação de doações até quinta-feira (9). Na sexta (10) uma carreta irá pegar o que for doado e irá levar até o Rio Grande do Sul. O endereço é Avenida 68-A, número 885, bairro Arco-Íris.

Vlada Santis: