Boneca incita suicídio ao aparecer em vídeos infantis

Criada a partir da escultura de um artista plástico japonês, uma boneca com olhos esbugalhados, pele pálida e sorriso sinistro conhecida como “Momo” tem ganhado destaque em toda a mídia e deixado um rastro de medo não apenas no público-alvo, que são as crianças, mas principalmente nos pais, que estão utilizando as redes sociais para alertar o máximo de pessoas sobre os perigos e riscos de não monitorar o conteúdo visto na internet pelos menores.

Como acontece

Imagens da boneca, que ensina as crianças a cometerem suicídio, estão aparecendo em vídeos infantis populares no YouTube. Nas cenas, a personagem interrompe a exibição e entra como se fosse um anúncio com mensagens assustadoras de como a vítima deve fazer para dar um fim na própria vida. É possível ver ainda uma animação em que mostra dois braços esticados sendo cortados com lâminas. Momo completa dizendo: “Se doer, não pare. Você precisa ser corajoso”.

Ferramentas

No YouTube Kids várias filtros ajudam a resguardar o conteúdo que a criança assiste. Entre eles estão o controle do que elas pesquisam, já que os responsáveis podem bloquear o acesso à lupa, inclusive à busca por voz; denunciar o vídeo nos três pontinhos que aparecem no canto superior direito de cada um deles; bloquear o vídeo ou até mesmo o canal. A gerência da plataforma direcionada para crianças até 13 anos ainda deu declarações de que o conteúdo do YouTube Kids não é passível de ser burlado ou hackeado, mas reforça que o papel dos pais é fundamental neste processo.

Direitos

Recentemente a ONG SaferNet Brasil, que é uma associação civil de direito privado, com atuação nacional, sem fins lucrativos ou econômicos, com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no país, divulgou uma nota orientando sobre casos envolvendo a “Momo”. A declaração diz que proibir o acesso à Internet pelos filhos, confiscar celular e monitorar o uso de aplicativos por meio de programas “espiões” são medidas pouco educativas e fadadas ao fracasso. Que a melhor opção é a conversa franca para se criar um vínculo de confiança para que se desenvolvam habilidades no público-alvo que levem não apenas a acionarem a pessoa mais próxima caso aconteça a visualização do conteúdo, como também desenvolver habilidades que serão aprimoradas com o passar dos anos com riscos que podem estar à volta não só na internet, como também em qualquer outra esfera.

Vlada Santis: