Bando tentou comprar empresa do doleiro Alberto Youssef

Sidney Navas

Segundo publicação da revista Época, os integrantes de uma quadrilha de traficantes internacionais tentaram sem sucesso comprar uma empresa que pertencia ao doleiro Alberto Youssef.

A mesma reportagem cita ainda o envolvimento de um rio-clarense, que fazia parte do bando, acusado de tráfico e que, em junho de 2014, acabou preso em Ipeúna, depois de ser surpreendido ao lado de outro homem transportando 1.180 quilos de cocaína pura. A droga estava acondicionada em peças de porcelanato e seria levada para a Europa, o que renderia aos criminosos um lucro de aproximadamente US$ 60 milhões, ou seja, algo em torno de R$ 230 milhões.

Em relação ao tráfico de drogas, o rio-clarense M.M. foi solto em razão de uma decisão judicial, tempos depois, e agora responde ao processo de tráfico internacional em liberdade, conforme o delegado da Polícia Federal em Piracicaba, Florisvaldo Emílio das Neves, que participou das investigações que desmantelaram a ação dos quadrilheiros naquela ocasião.

O mesmo aconteceu com outros dois acusados, de acordo com o delegado. Das quinze pessoas presas na operação no ano passado, segundo o delegado, apenas um dos envolvidos, que é um libanês, é considerado foragido da Justiça Pública. “Os demais foram indiciados e, graças às investigações, toda a ação dessa quadrilha foi desmantelada”, explica o delegado.

Florisvaldo conta que até mesmo a Agência Antidrogas do governo americano solicitou informações a respeito da atuação dessa quadrilha e que a partir de então as autoridades brasileiras e dos Estados Unidos trocaram informações trabalhando em conjunto para desarticular a ação do bando, o que acabou dando certo.

A tentativa de compra

O delegado Florisvaldo Emílio das Neves explicou que as negociações dessa tentativa de compra não avançaram por motivos que ainda não foram devidamente esclarecidos, mas que o bando tinha sim a intenção de adquiri-la. A empresa estaria em nome de um ‘laranja’ que agia em nome do doleiro Alberto Youssef. “No final, as conversas não prosseguiram e a compra da empresa pelos quadrilheiros não se concretizou”, observa o delegado.

O doleiro Alberto Youssef ficou conhecido em todo o Brasil a partir da Operação Lava-Jato e foi o primeiro a aceitar a chamada delação premiada (que é um benefício previsto em lei para aqueles que colaboram nas investigações ou então decidem entregar seus comparsas).

Carla Hummel: