Após assassinato de taxista, categoria se mobiliza e pede por mais segurança

Sidney Navas

Taxista foi morto com um tiro nas costas e seu veículo invadiu uma casa antes de parar

Depois da morte do taxista Luízio Álvaro do Prado, 50 anos, no final da noite de quarta-feira (19) no Jardim Centenário, seus colegas de profissão se mobilizaram e protestaram pedindo mais segurança às autoridades. Após o sepultamento da vítima, no final da tarde de ontem, cerca de 10 taxistas em seus respectivos veículos, como forma de protesto, passaram em frente aos prédios da Polícia Civil e da Prefeitura Municipal e depois se concentraram no ponto onde Luízio trabalhava, na Rua 1 com a Avenida 1. Durante todo o trajeto os condutores buzinavam e deixavam o pisca-alerta dos carros ligado.

Informações do Boletim de Ocorrência feito pelas autoridades revelam que guardas civis foram acionados a comparecer na Rua 4 no bairro Jardim Centenário, onde a princípio teria ocorrido um acidente de trânsito com vítima fatal. Entretanto, quando os peritos criminais chegaram ao local, encontraram Luízio e puderam constatar uma perfuração provocada por arma de fogo de pequeno calibre. O carro que ele dirigia bateu violentamente contra o muro de uma residência, avançando em direção a um dos cômodos. Na casa, no momento da colisão, só havia uma pessoa, que felizmente não se feriu.

Segundo as mesmas informações, o taxista foi baleado nas costas. Dentro do carro, um Honda Civic, os agentes encontraram documentos pessoais, cartões bancários, talonário de cheques, cerca de R$ 1.256,00 em dinheiro, uma folha de cheque no valor de R$ 180,00, US$ 3,00, óculos de sol, além de dois aparelhos celulares, entre outros objetos. Como num primeiro momento nada teria sido roubado, a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) deverá ser descartada pelos investigadores. O 1º-secretário do Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de RC, Gilvon Barbosa, observa que não passava das 23 horas quando dois rapazes solicitaram uma corrida até uma casa de prostituição localizada nas imediações de onde a vítima foi morta. “Eu sou taxista há 18 anos e já perdi vários amigos, por conta da criminalidade. Luízio sempre foi um exemplo de profissional e eu o conhecia há mais de 10 anos. Estamos tristes e preocupados com essa falta de segurança. A categoria trabalha apreensiva. Todos os taxistas correm risco de morte e nunca sabemos ao certo o que pode acontecer durante o nosso trabalho”, desabafou Gilvon.

Na próxima quarta-feira (26), a entidade que representa os taxistas irá abordar a morte do colega de trabalho e também deverá agendar um encontro com as autoridades policiais, a fim de discutir o assunto.

O delegado seccional Francisco Hoppe fala que as investigações já começaram e que nenhuma hipótese, por enquanto, será descartada. Os investigadores que começaram os trabalhos de apuração do crime esperam encontrar alguma pista que possa levar à autoria e prisão dos assassinos. A reportagem do JC tentou sem sucesso conversar com o delegado Alexandre Della Coletta, que preside o inquérito. Entretanto, ele participava de uma escolta de presos em Itirapina e não pôde atender as ligações feitas.

Luízio deixou a viúva e dois filhos e seu corpo foi sepultado às 17 horas de quinta-feira (20) no Cemitério Municipal São João Batista. Dados fornecidos pela própria Delegacia Seccional apontam que, do começo do ano até agora, o município registrou nove mortes violentas, sendo que mais duas delas ocorreram em decorrência de intervenção policial, quando dois irmãos acabaram baleados por policiais militares depois de um assalto contra uma casa no Vila Operária, além de outra morte classificada como latrocínio.

Redação JC: