O advogado rio-clarense Renato De Matteo, preso no dia 12 de fevereiro em Roma, na Itália, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República Rodrigo de Grandis, por supostamente integrar outro esquema de desvio milionário contra institutos municipais de previdência entre 2014 e 2018. De Matteo já é investigado e apontado pela Polícia Federal, por meio da Operação Encilhamento, como mentor de um esquema que teria desviado R$ 1,3 bilhão através de títulos privados sem lastro com empresas fantasmas em fundos de investimentos.

A nova denúncia aponta o rio-clarense e outros seis empresários como responsáveis por transações que utilizaram recursos de institutos de previdência de dez cidades em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Santa Catarina e Amapá. Empresas de fachada foram constituídas, segundo o MPF, para viabilizar os desvios.

“Apesar de possuírem capital social não superior a R$ 15 mil, as companhias emitiram, em 2014, títulos privados de dívida que somavam R$ 60 milhões. As debêntures não foram lançadas publicamente, mas em caráter reservado, destinadas somente a uma empresa que adquiriu quase metade dos papéis. Da quantia arrecadada, as empresas transferiram mais de R$ 16,2 milhões para contas bancárias e outras pessoas jurídicas vinculadas a três sócios”, dentre eles De Matteo, afirma o Ministério Público Federal. A defesa do advogado foi consultada pela reportagem e afirmou que não comentará a nova denúncia.

Conforme reportagens anteriores do JC, Renato De Matteo está preso há exatamente um mês na Itália, onde desembarcou de um voo oriundo dos Estados Unidos e ser reconhecido através da lista de procurados da Interpol. No próprio dia 12 de fevereiro foi publicada no Diário Oficial da União a portaria para declarar a perda da nacionalidade brasileira do rio-clarense por ter adquirido a nacionalidade italiana.

A Polícia Federal (PF) acionou o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para solicitar a extradição do preso para o Brasil. Ontem (11), a PF informou ao JC que ainda não tem informações sobre o andamento do processo que corre junto às autoridades italianas.

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